nesse sábado, dia 3 será a estreia de IGNORÃÇA, espetáculo originado na disciplina Montagem Teatral da Licenciatura em Teatro (UDESC), ano 2015.
o espetáculo é muito lindo, e me emocionou desde o ensaio aberto assisti no final de junho. como vocês já sabem, eu e a esha assinamos o figurino!!!
como disse a jussara, a nossa diretora:
Apareçam! Tudo isso só ganha sentido num encontro!
IGNORÃÇA
dias 3, 4 e 5 de outubro de 2015, 20h, Sala Espaço 2 Centro de Artes (CEART), UDESC, gratuito
distribuição de senhas 60 minutos antes do início
P O R U M A D I D Á T I C A D A I N V E N Ç Ã O
Ignorãça é uma grafia inventada pelo poeta mato-grossense Manoel de Barros (MB; 1916-2014). A palavra não tem sentido negativo, mas positivo, pois para o autor, a criação começa na própria ignorância. É preciso partir de uma realidade que ignora pré-conceitos e significados para (re)colocar a pergunta. Querer “avançar para o começo”, ele diz. Trata-se de deslocar a representação da realidade, desejar o dessaber, para notar o mistério.
Esta montagem não é sobre a poesia de MB, mas uma tentativa de explorar sua lógica de experimentação no corpo e na cena. Desconhecer; desinventar (dar as coisas outras funções); repetir até ficar diferente; mudar a função do verbo, fazê-lo delirar (escutar a cor, desenhar o cheiro); desarrumar; constituir uma nova temporalidade; produzir novos comportamentos.
Aqui, ignorância é uma condição particular de conhecimento. É um estado de ser como modo de desfrutar a vida, de recuperar o sentido de nossos movimentos rotineiros, de tentar remover os gestos anestesiados e mecânicos para voltar a enxergar, ouvir, falar, tocar, caminhar, respirar. Não basta fazer, é necessário converter cada ação em experiência.
“Desaprender 8 horas por dia ensina os princípios” (MB). O prefixo "des" não tem sempre o sentido de negação e falta, mas também de reforço e intensidade. Assim, desaprender não significa "não aprender", mas aprender mais e de um jeito diferente. Desinventar, à exemplo, diz respeito a ampliar a invenção. Desencontrar indica um modo de ambiguidade. O "des" em MB diz respeito a uma desconstrução incessante e radical, um modo de busca pelo originário, pelo essencial e inatingível. Uma tentativa de descoisificar a realidade, renovar o cotidiano e penetrar os encantos do real. - Jussara Xavier
D E S B I O G R A F I A S D E S I M P O R T A N T E S
Manoel menino que carregava água na peneira
Jussara apaixonada por Manoel, faz peraltagens com corpos
Thaina abastada de olhos, é rica em incompletude
Dimi desarruma sons e compõe silêncios
Roberto descobridor de insignificâncias, é ligado em despropósitos
Adriana não gosta de roupa acostumada, ama os restos e confecciona alegrias
Esha desfila elegância enquanto apanha desperdícios e veste avessos
Ana Paula coleciona objetos impossíveis e transborda belezuras
Camila não tem medo de ser e nunca come chiclete de coco
Elisa pequena leoa escritora e devoradora de brigadeiros
Erik faz questão de ser com k e ama doces estranhos coloridos que ainda não comeu
Gabi quase-médica, pertence a vida de fazer imagens extraordinárias
Jean guardador de invencionices, escapa para ser outros
Laura grande leoa que distribui generosidade e identifica podres
Luca homem que aparece em vestígios, é boniteza de ampliar a cena
Maurício cai como folha, engole graça e nunca para de dançar
Mikha sábio escorredor de perguntas e apanhador de ventos
Paulina delicadeza que amanhece de madrugada para servir
Tiffany abriga profundidades e tem abundância de ser feliz
Você
D E S U S O
As coisas não querem mais ser vistas por pessoas razoáveis: Elas desejam ser olhadas de azul (MB)
F A Z E D O R E S D E I N U T I L E Z A S
Concepção e direção Jussara Xavier
Assistência de direção e produção Thaina Gasparotto
Criação, atuação e produção Camila Santaella, Elisa Bayestorff, Erik Cáceres Barbour, Gabrielli Veras, Jean Carlo de Castro, Laura Tellechêa Petrone, Luca Atilio, Maurício Kiener, Mikhael Sanchez, Paulina Godtsfriedt
Criação e fuga Ana Paula Bohnenberger, Tiffany Lastrucci
Cenografia e luz Roberto Gorgati
Paisagem sonora Dimi Camorlinga
Figurino Esha Sonia Veloso e Adriana Barreto
Música A Mulher Barbada - Adriana Calcanhotto
Texto Écrit avec la langue - Cosima Weiter
Referência O livro das ignorãças - Manoel de Barros (Record, 1993)
Agradecimentos aos tios da Camila, Cláudia e Volker Kuhlmann
Duração 60 minutos
Classificação livre para todos os públicos
Espetáculo elaborado na (in)disciplina (des)Montagem Teatral, Licenciatura em Teatro, Centro de Artes, Universidade do Estado de Santa Catarina, 2015
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