sapatitos de verniz

entre comadres

jô e teodora finalmente vieram passar o desejado fim de semana conosco.o tempo passou voando, entre brincadeiras, comidinhas, lambuzeiras,praia,roupinhas,conversas e muito amor!

o vestido da jô, foi um desapego maravilhoso da bruna, que na semana passada nos presenteou com uma mala cheia de preciosidades. a recomendação era para que dividissemos entre nós.eu fui a primeira a explorar o conteúdo, e esse vestido foi o que eu mais amei!a bruna comprou-o numa loja de departamentos, e inseriu essa renda bege na cintura, mesmo assim não conseguiu usá-lo.   
mesmo antes de provar o vestido, eu já sabia que seu destino não estava comigo...
ficou perfeito na jô!!!
 prá mim e prá bruna o presente é essa série de jô e téo no jardim.

o jardim em luto

na semana passada fiz uma postagem que se chamava paisagem pautada.
foram os últimos registros da minha querida acácia mimosa que deu seu último suspirinho no inverno passado e tombou ontem durante o temporal

mundo melhor 1: preloved

uma das minhas maiores motivações em criar e manter um blog é a possibilidade que dou a mim mesma e a quem possa interessar de  compartilhar e propagar idéias, imagens e projetos que corroboram para tornar o nosso mundo um lugar mais equilibrado, menos destrutivo,mais igualitário, mais generoso e mais bonito.

em meu trabalho como figurinista e no meu projeto de vida atual tenho um plano claro:reutilizar,resignificar,recriar, refetichizar, revalorizar peças de roupa e objetos antigos,esquecidos, usados, encontrados, descartados, doados, como uma maneira produtiva e viável de atuação no mundo causando baixo impacto.sei que ainda estou longe, mas tenho a pretensão de tornar-me cada vez mais agente e semeadora nesse sentido.

em minhas pesquisas recentes tive o previlégio de conhecer alguns projetos inspiradores que vão ao encontro dessa idéia.

um deles apresento  hoje aqui:a preloved !

 a preloved é uma marca canadense baseada em toronto  que celebra seus  20 anos em 2015.

todas as peças da preloved são produzidas à partir de roupas usadas ou descartadas pela indústria que acabariam num monte de lixo. camisas, camisetas, pullovers, tecidos antigos ou restos interessantes são meticulosamente cortados e remontados e servirão como material para suas coleções.   
julia grieve,fundadora da preloved, é uma ex-modelo internacional que se tornou editora e colaboradora em importantes publicações e programas televisivos de moda no canadá. os conceitos que criou e propagou com seu atelier e loja fundada em 1995 tornaram-na "acidentalmente" reconhecida como ativista ecológica.
a loja fechou no ano passado,após 18 anos de existência na quenn street west em toronto mas a marca se expandiu, possui uma fábrica própria e é hoje encontrada em mais de 400 boutiques independentes mundo afora, além do seu website:www.getpreloved.com  

Julia confessa que quando começou, sua proposta era apenas criar peças originais e exclusivas,onde nunca existiria uma totalmente idêntica à outra. roupas antigas e usadas pareciam perfeitas para esse propósito.pensava em moda e não necessariamente em meio ambiente. quase 20 anos depois ela se orgulha de fazer a diferença, de produzir com carinho e cuidado cada peça individual localmente e consequentemente na contramão da produção globalizada.

julia grieve  - photos by kat rizza 

mãe de três filhos,julia escreve um blog o preloved by jules onde concilia lindamente seu dia-a-dia em família e no trabalho,seus interesses pessoais e profissionais,novidades, além de postar looks onde ela e suas colaboradoras apresentam sua forma de vestir as peças da marca.

photo by kat rizza

photos by lise varrette

                    
                        
                         photos by heidi jirotka


o que eu particularmente acho mais bacana na preloved é que além da marca ser ecologicamente correta e de estar na corrente da sustentabilidade suas coleções são realmente lindas e contemporâneas. o corte impecável, valoriza e ressalta o contraste entre as diferentes estampas, cores e materiais das mais diversas proveniencias que tornam cada peça realmente interessante, única e preciosa.

dança da chuva contemporânea

                     

esse vídeo, que com certeza já é um viral, eu vi hoje na página da minha amiga Kalú e não tive como não compartilhar poraqui. Apesar de não ser muito a minha praia em termos musicais, ele e também  os outros vídeos do OK Go, são incríveis e prá quem ainda não viu, creio que vale muito a pena conferir.um ótimo domingo!

teodora de chapéu

                        essa é a teodora!

sobre ela serão muitas estórias...

a de hoje é só um gostinho, como foi o nosso encontro quase casual de hoje no centro.

teodora é minha afilhada, mas eu sou só uma,porque ela tem três madrinhas :)!

a mãe dela é minha amiga-irmã jô, e hoje de tarde no meio das minhas pesquisas e compras pro novo job que entrou, dei uma ligadinha prá elas como quem não quer nada. elas estavam a um passo de mim,indo passar uns dias na praia. 

quase morri quando vi a teodora de chapéu!

eu literalmente vi a teodora nascer, e desde o seu primeiro dia de vida, ela nunca quis saber de chapéu. a mãe ficava triste pois é uma chapeleira de mão cheia e sempre imaginou teodora com chapeuzinhos fantásticos. as madrinhas também ficavam um pouco decepcionadas pois garimparam chapelórios prá todas as fases da teodora bebê. era botar o chapéu que a teodora tirava, era botar a toquinha teodora arrancava, era tentar uma boina,um boné,um capuzinho, teodora nada...lá ía o coitado pro chão.

hoje, já toda pronta prá sair, toda francesa com sua sainha preta rodada, com seu basic-body listrado, seu amado sapatinho vermelho, uma flor no cabelo e o bichinho da prima á tiracolo teodora foi lá e botou o chapéu de palha da jô na cabeça.simplesmente assim.

e ai de quem tentar tirar o chapéu dela agora...

musa 3 : safiri

safiri foi minha primeira heroína!

a princesa e o cavaleiro(Ribon no Kishi) foi com certeza meu desenho predileto da infância e a pouco tempo descobri que foi um anime e também um mangá. como a estória se passa num reino claramente europeu, nunca imaginei que fosse um desenho japonês.lançado em 1967 no japão, o desenho foi exibido no Brasil entre os anos 70 e 80.

safiri foi criada por osamu tesuka,que segundo várias fontes animolatras é considerado o pai de tudo que conhecemos hoje como anime e mangá e foi ele o primeiro a criar personagens com olhos grandes e brilhantes, característica de quase todos os personagens atuais do gênero.

safiri era a princesa do reino de prata, mas sua identidade feminina precisava ser preservada para que o reino não caísse nas mãos do vilão da série, o duque duralumínio, cujo filho plástico (um total pamonha) seria o sucessor caso o rei não tivesse um filho homem. porisso, poucas pessoas no reino além do rei e da rainha sabiam que o príncipe safiri,era na realidade uma menina.ao mesmo tempo, a questão de gênero de safiri era ainda mais complicada, pois antes de nascer, por deslize de um anjo,(ching)foram colocados naquele ser, dois corações,um de menino e outro de menina. por causa dessa trapalhada, o anjinho ching foi mandado para a terra em missão especial para desfazer a confusão e se tornou o companheiro inseparável das aventuras da princesa.

safiri adorava ser príncipe e poder cavalgar livremente em busca de desafios e justiça, até que conheceu um príncipe de um reino vizinho que despertou o seu interesse e também o seu lado mais feminino. durante quase toda a série safiri aparece com a mesma roupa: com uma blusa branca com manguinha bufante, um coletinho azul super ajustado na cintura, meia calça branca,uma longa capa vermelha e um chapelão ao estilo "três mosqueteiros" com um enorme laço vermelho. o cabelo dela é preto e curto com um topetinho na frente.em muitos outros momentos ela aparece disfarçada seja de menina com uma peruca loira,para conseguir conquistar o príncipe com outra identidade, ou mesmo como um justiceiro mascarado. para mim,a safiri mais linda era exatamente com sua roupinha de príncipe, extremamente feminina e graciosa e como mais gostava de ser, com a espada e montada no seu cavalo branco opal. 

paisagem pautada

e lá está ela!

las chicas en el set

hoje a locação foi numa casa maravilhosa na praia mole com uma vista deslumbrante de frente para a lagoa da conceição.
foram montadas duas salas diferentes no mesmo espaço para dois filmes.
a primeira sala, é essa da foto abaixo,entre todos os objetos que conseguimos, muitos eram da minha casa e da casa da julia.
reparem numa moldurinha roxa sobre o aparador amarelo bem ao lado do diretor de fotografia...

essas são as chicas! da esquerda para a direita oli,cintia,eu,sole e moni.minhas amadas amigas desde os anos 90. essa foto está normalmente no meu escritório e essas chicas vivem em berlin no momento e são todas grandes candidatas a virarem personagens nesse blog. 

DIY ou faça você mesma!

hoje, em meio à recolha dos objetos para a produção que estou trabalhando e que começa amanhã, não conseguimos resolver um último item...eu e a julia não encontramos em lugar nenhum da cidade, (e olha que já estamos rodando a muitos dias)uma ínfima almofada completamente amarela. agora à noite depois desse longo dia até encontrei  a dita no site da leroy merlin, mas foi só um alarme falso, liguei na loja e lá eles disseram que aquele produto estava indisponível aqui.ou seja, voltamos à estaca zero.
até que...

  
...me lembrei desse corino amarelão que comprei a muito tempo atrás para um outro projeto.

venho de uma geração e de uma cultura familiar que não dava muito estímulo para fazer as coisas com as próprias mãos.seja porque a mão de obra era muito barata, ou porque era mesmo uma questão de status social deixar o trabalho braçal prá quem não teve o previlégio de ir para a universidade...o fato é que nunca me ensinaram a fazer nada, nem um bolo, nem a passar pano no chão,nem a  consertar qualquer coisa. desde pequena escutei que também não tinha muito jeito prá trabalhos manuais por ser canhota. meu pai era engenheiro, um tipo faz tudo e creio que era capaz de resolver qualquer problema ou de construir qualquer coisa que resolvesse se empenhar, mas infelizmente morreu cedo e também acho que ele nem me chamaria prá consertar a máquina de lavar ou algum componente do carro,prá isso ele seguramente, chamaria os meus irmãos. minha mãe sempre preferiu o estilo madame, e sempre chamava alguém prá fazer qualquer coisa prá ela. nunca gostou muito de coisas de casa, nem de coisas como bordados, crochês e costura, tricot até que ela fazia mas também não teve paciência de me ensinar...só quando saí de casa e fui estudar fora, comecei na raça a ter minhas primeiras experiências de fazer coisas cotidianas como cozinhar,pagar contas,arrumar a casa,montar um móvel,etc.,achava muito bacana a idéia de ir ficando auto suficiente,e isso, no fundo me dava uma sensação de muita liberdade...mas com o tempo, e os relacionamentos, parece que esqueci um pouco disso, me acomodei, entreguei demais pros outros,além disso,internamente ainda acreditava que não tinha nascido prá certas coisas como matemática ou  costura, por exemplo. apesar de sempre ter adorado roupas,inventar modelos, desenhar looks, garimpar em brechós, etc., me causava grande frustração não poder fazer eu mesma aquilo que imaginava e normalmente ficava decepcionada com o resultado das coisas que mandava prás costureiras.mesmo assim, não ousava nem pensar em aprender costura, aquilo era um universo impenetrável, e eu só ficava admirando a minha avó por ser exímia costureira e que era a primeira a afirmar com toda sua convicção que canhota NÃO DAVA CERTO!

como já disse antes, saber costurar mudou minha vida. do mesmo modo hoje mais do que nunca, acho que sinto como meu pai,que sou capaz de fazer qualquer coisa a que me propuser.

isso vem menos de uma sensação de onipotência ou egocentrismo e mais de uma situação de necessidade mesmo. porque no momento não tenho ninguém que faça prá mim! e cada vez que consigo trocar a resistência do chuveiro,usar a furadeira e a parafusadeira e fixar uma prateleira na parede,trocar o pneu do carro ou mesmo fazer uma saia godê me sinto muito realizada!

é claro que muitas vezes é exaustivo ter que resolver todos os pepinos sozinha e muitas outras vezes dá vontade de sumir porque parece impossível de fazer...mas aí dou uma respirada e continuo tentando, fazer o que né?
 que tal?

1.perguntar pro google!

2.ter humildade e pedir ajuda pros vizinhos e amigos próximos!

3.colocar o filho no batente!( aos poucos ir introduzindo tarefas e novos desafios domésticos pro meu filho, que quase sempre reclama muito mas que atualmente parece estar ficando mais ligado. volta e meia se propõe a resolver pequenos problemas como consertar a fechadura da porta, o trinco da janela, algum piripaque no computador,etc.,o que o deixa claramente orgulhoso).

4.rezar!!!

esse post é dedicado à julia amaral, por motivos óbvios e por ela 
ser em todos os sentidos um dos meus grandes exemplos de "gente que faz". 
:)